Pressionada
pela queda de mais de 9% das ações da Petrobras, a Bovespa recuou
nesta segunda-feira. O Ibovespa, principal índice da bolsa, caiu
2,05%, a 47.019 pontos, o menor nível desde os 46.567,23 pontos de 19 de
março deste ano. Na mínima, registrou 46.410 pontos (-3,32%) e, na máxima,
48.401 pontos (0,83%). O giro financeiro foi de 10,95 bilhões de
reais.
Os papéis
preferenciais da Petrobras (PN, sem direito a voto) caíram 9,20%, maior queda
diária desde 27 de outubro deste ano, para 9,18 reais. Os papéis ordinários
(ON, com direito a voto) recuaram 9,94%, a 8,52 reais. No caso do papel
preferencial, trata-se da menor cotação desde 20 de julho de 2005, enquanto
para as ações ordinárias, o valor é o mais baixo desde 15 de setembro de 2004,
segundo dados da Economatica.
O recuo dos papéis da
estatal potencializou um movimento global de aversão a risco, particularmente
em mercados emergentes. Outra tendência do mercado financeiro nesta
segunda-feira foi impulsionada pelos dados da produção industrial dos Estados
Unidos, que avançou acima do esperado. Investidores venderam papéis em países
emergentes e migraram para ativos nos Estados Unidos, o que ajudou a elevar a cotação
do dólar mundialmente.
Durante o pregão
desta segunda, as ações da Petrobras chegaram a recuar mais de 10%, o que
ativou o mecanismo automático de leilão na bolsa de valores, previsto no
regulamento. Com isso, ainda que as ofertas e vendas se mantivessem ativas, os
preços foram paralisados por 5 minutos, segundo informações da BM&FBovespa.
Os papéis foram a segunda e terceira maiores quedas do índice, atrás de Rossi,
que despencou 14,17%.
A queda ocorre após a
estatal adiar pela segunda vez a divulgação do balanço do terceiro
trimestre, na última sexta-feira, devido a desdobramentos da Operação Lava
Jato. A companhia deve divulgar os resultados até o dia 31
de janeiro de 2015.
No exterior, a
trajetória da queda dos preços do petróleo também pressionou os
negócios. Na Bolsa de Nova York, as cotações da
commodity atingiram o menor nível desde maio de 2009, depois
de declarações consideradas pouco animadoras de dirigentes da Organização
de Países Exportadores de Petróleo (Opep). O preço do petróleo bruto terminou a
55,91 dólares.
Câmbio - O dólar terminou em alta
pela quarta sessão seguida e renovou as máximas registradas em quase dez
anos. No exterior, a crise do petróleo e a expectativa com a reunião do Federal
Reserve (banco central dos EUA), na quarta-feira, impulsionam a divisa
norte-americana para 2,6853 reais (1,29%), maior cotação desde 29 de
março de 2005 (2,698 reais). Na máxima desta sessão, o dólar foi a 2,7019
reais, alta de 1,91%.
Também influenciaram
os negócios incertezas em relação ao futuro do programa de intervenções no
câmbio do Banco Central (BC) brasileiro.
(Com agência Reuters)
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