
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva não é o único sortudo a ter comprado um tríplex no edifício Solaris, no
Guarujá (SP), uma das poucas obras iniciadas pela Bancoop que foram concluídas.
O atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pagou por um apartamento no mesmo
prédio. Seu nome consta de um documento oficial, feito em 2006 pela Bancoop,
que lista os “cooperados ativos” do edifício – ou seja, que estavam com os
pagamentos das parcelas em dia. Procurada, a assessoria do petista disse que
ele não iria comentar o assunto.
A Bancoop quebrou em 2006, quando era presidida por Vaccari.
Deixou 32 obras inacabadas e mais de 3 500 famílias na rua da amargura. O
edifício Solaris foi uma das oito obras assumidas pela OAS depois disso.
À beira da praia e com vista para o mar, o prédio tem três tipos de
apartamentos – as coberturas triplex, alguns duplex de 162 metros quadrados e
outros de um pavimento, com cerca de 100 metros quadrados. O de Lula, que ficou
pronto neste ano, pertence à primeira categoria. Fica no 16º andar, tem elevador
privativo e 297 metros quadrados. Além de Vaccari, também constam da lista de
cooperados do Solaris a mulher de Freud Godoy, o ex-assessor de Lula que ficou
famoso no caso dos aloprados, em que militantes petistas foram presos tentando
comprar um dossiê com informações falsas contra o tucano José Serra.
O fato de o edifício onde o
ex-presidente tem apartamento ter sido um dos poucos que ficaram prontos
irritou cooperados que continuam até hoje sem ver a cor dos imóveis pelos quais
passaram anos pagando. "Queremos saber por que há tantas obras inacabadas,
enquanto algumas poucas são construídas tão rapidamente", disse um dos
conselheiros da entidade de lesados pela Bancoop, Marcos Sérgio
Migliaccio.
A Bancoop quebrou, segundo o
Ministério Público, com um rombo de pelo menos 100 milhões de reais, porque
seus dirigentes desviaram dinheiro pago pelos mutuários para “fins escusos”.
Segundo o promotor José Carlos Blat, parte do dinheiro foi para financiar
campanhas eleitorais do PT. Vaccari é um dos cinco réus que respondem na
Justiça por estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade
ideológica
Fonte: http://veja.abril.com.br/
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