
Marina Silva e
Dilma Rousseff polarizam o debate presidencial promovido pela Jovem Pan, Folha,
UOL e SBT. Sempre que possível, uma faz a pergunta à outra. E, no embate,
Marina sai vencedora. Parece mais segura, fala com mais fluência, parece mais
treinada para o debate. E tem dois confortos que faltam a Dilma: está em
ascensão nas pesquisas e não tem de defender a cidadela; vale dizer: a
ex-senadora joga no ataque, e a atual presidente, na defesa.
Dou um exemplo de
uma Dilma mal treinada para enfrentar uma Marina muito afiada. A petista quis
saber por que o programa da candidata do PSB dedicou apenas uma linha ao
pré-sal. Marina, claro!, declarou a importância do petróleo, mas exaltou a
busca de novas fontes de energia e aproveitou para atacar os desastres na
Petrobras. A petista ficou sem resposta.
Quando chegou a vez
de Marina perguntar, mandou ver: Dilma não cumpriu a promessa de fazer o Brasil
crescer com inflação baixa. O que deu errado? A petista afirmou que responderia
o que deu certo. Na tréplica, a adversária contra-atacou: afirmou que a petista
tem dificuldades de reconhecer os problemas do governo. Ganhou de novo.
Aécio Neves teve um
ótimo desempenho. Falou com fluência e segurança, mas não foi um dos polos do
debate. Num embate com Dilma, ficou claro que os petistas sabem bater em tucano
— hoje uma tática meio suicida —, mas não sabem o que fazer com Marina.
O tucano indagou
por que o governo federal investiu tão pouco em segurança pública. Sem agressão
ou ataque. Na resposta, Dilma disse que ele tem memória fraca, é mal
informado e não estudou direito. Vale saber: a candidata do PT sabe ser
dura com quem, se a eleição fosse hoje, seria derrotado por ela. Mas não tem o
que fazer com uma Marina que sairia vitoriosa. O PSDB está numa situação muito
difícil, e o PT está absolutamente perdido.
Por
Reinaldo Azevedo
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