
O senador Walter Pinheiro sempre
se orgulhou de estar do lado certo nas disputas políticas. Quando o PT
mergulhou no mar de lama do mensalão, ele foi uma das poucas vozes petistas a
falar contra a prática, batendo de frente inclusive com a cúpula mensaleira e
seu póprio partido.Na edição desta semande VEJA,
porém, o senador aparece no lado oposto do enredo. Dalva Sele, a presidente do
Instituto Brasil, uma ONG criada por petistas para desviar recursos públicos,
disse que parte da campanha dele foi financiada com dinheiro roubado dos pobres
– recursos do Fundo de Combate à Pobreza que deveriam ter sido usados para
construir casas para a população carente da Bahia.
Segundo Dalva, a campanha de Walter Pinheiro à prefeitura de Salvador, em 2008, foi bancada com o dinheiro sujo. Os móveis do comitê, as refeições dos cabos eleitorais, os carros de som, faixas, panfletos e o aluguel de uma Parati que transportava o candidato – tudo foi pago pelo Instituto. Atual vice-líder do PT no Senado, Pinheiro nega as acusações, diz que foi enganado e culpa seu partido, o PT, pelo escândalo. A presidente do Instituto disse que a mulher de Pinheiro era quem buscava o dinheiro durante a campanha.
Em entrevista a VEJA,
ao reconhecer a montagem do esquema, ele condenou o próprio partido por tê-lo
atirado num clássico esquema de caixa dois eleitoral. “Essa mulher (Dalva)
pertencia às correntes do PT, as mesmas correntes que nacionalmente viviam se
estapeando comigo por causa do negócio do mensalão. Ela não veio para a minha
campanha pelas minhas mãos, ela veio a partir das relações delas dentro do PT.”
A seguir, o senador apresenta a sua versão para as acusações da presidente do
Instituto Brasil.
INSTITUTO BRASIL – “Quando eu cheguei para a campanha
de 2008 essa mulher já prestava serviço ao Estado. Nunca aceitei sentar para
negociar com ninguém nada a respeito do que essa mulher fez ou deixou de fazer.
Pelo que eu entendi, essa mulher utilizava esse negócio de campanha para
traficar as coisas dela”
RELAÇÃO COM DALVA – “Você me perguntou se eu a conhecia
essa mulher. Eu disse: óbvio! Ela chegou na minha campanha trazida pelo PT.
Essa mulher não veio para a campanha pelas minhas mãos ou pelas mãos da minha
mulher, por ninguém. Ela veio a partir das relações dela dentro do PT.
CARRO ALUGADO – “Eu peguei o pessoal todo da
campanha e perguntei sobre essa história da Parati (carro que Dalva Sele afirma
ter alugado com dinheiro de caixa dois do Instituto). Esse carro foi trazido,
como qualquer outro, por um militante do PT que chega lá e diz: tá aqui um
carro para rodar. Qual é o benefício que eu iria extrair daí?”
DINHEIRO PARA A CAMPANHA – “Esse dinheiro não veio para a
minha campanha. Um dos caras que trabalhou comigo me diz agora que foi
funcionário do Instituto Brasil. Essa pessoa veio na época da campanha,
era funcionário do governo do Estado e tinha relação pessoal com ela. Eu nem
sabia”
MULHER – “A minha mulher não tem
nenhuma militância de PT. É óbvio que ela se envolve nas campanhas. É natural
que se jogue na campanha, mas ela nem sabe onde essa Dalva mora. Essa acusação
me dói na alma”.
DEDO DOS MENSALEIROS – “Essa mulher pertencia às correntes
do PT, as mesmas correntes que nacionalmente viviam se estapeando comigo por
causa do mensalão. Todo mundo sabe o quanto eu apanhei dentro do PT por causa
disso. Quase fui expulso naquela época do mensalão. É mais uma vez o PT
pregando peça para cima de mim. Você confiar numa história de um partido...”
INDIGNAÇÃO – “Isso me dói muito. Você ser
enganado, ludibriado por um esquema desses, por alguém que vem como militante,
se aproveitando. Ela (Dalva) está querendo, no fundo, é extorquir o governo do
estado. Aí vai jogando lama na vida de todo mundo”
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