
O candidato derrotado à
Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, retornou nesta terça-feira ao Congresso
Nacional. Ele foi recebido com festa por militantes e parlamentares tucanos ao
chegar ao Senado pela primeira vez desde o fim das eleições.
Aos gritos de
“Aécio, Aécio”, caminhou rumo à Casa seguido pelos militantes, que chegaram ao
Congresso em três ônibus fretados. Cruzou a portaria do Parlamento e seguiu
direto para o plenário. "O Brasil despertou. O Brasil hoje é um Brasil
diferente do Brasil antes da eleição. Emergiu um novo Brasil, que quer ser
protagonista do seu próprio futuro", afirmou o tucano.
Em uma tumultuada entrevista
concedida no Senado, o tucano disse que vai fazer uma oposição "sem
adjetivos". "Eu chego hoje ao Congresso Nacional para exercer o papel
que me foi delegado por 51 milhões de brasileiros. Vou ser oposição sem
adjetivos. Se quiserem dialogar, apresentem propostas que interessem aos
brasileiros", disse ele, que prosseguiu: "No mais, nós vamos cobrar
eficiência da gestão púbica, transparência dos gastos públicos, vamos cobrar
que as denúncias de corrupção sejam apuradas e investigadas em
profundidade".
Nos quatro primeiros anos de seu
mandato no Senado, Aécio evitou fazer parte da ala mais combativa do bloco
PSDB-DEM, e apostava na chamada "oposição propositiva" - o que lhe
rendeu críticas de aliados. A prometida "oposição sem adjetivos"
acena com uma mudança de postura do tucano. "Eu vou estar aqui vigilante
para que essa permanente tentativa de cerceamento das liberdades, em especial
da liberdade de imprensa, sejam contidas."
Aécio mandou um recado ao
governo: "Quando o governo olhar para a oposição eu sugiro que não
contabilize mais o número de assentos ou de cadeiras no Senado e na Câmara,
olhe bem que vai encontrar mais de 50 milhões de brasileiros que vão estar
vigilantes, cobrando atitudes desse governo".
O tucano deu a entender que não
aceitará tão cedo o diálogo proposto, de forma genérica, pela presidente Dilma
Rousseff. "Esse governo, pela forma como agiu na campanha eleitoral, de
forma absolutamente desrespeitosa com seus adversários, de forma absolutamente
temerária em relação aos beneficiários de programas sociais permanentemente
ameaçados de perdê-los se nós vencêssemos as eleições, não legitima o governo
nesse instante para uma proposta de diálogo sem que o conteúdo dessas propostas
seja conhecido por nós", disse ele.
O tucano também parafraseou a
ex-senadora Marina Silva: "Infelizmente, o governo da presidente Dilma
venceu essas eleições perdendo. Eu, e aqui lembro Marina Silva, perdi essas
eleições vencendo". Sobre a auditoria pedida pelo PSDB ao Tribunal
Superior Eleitoral, ele disse que é uma medida natural e que ele acredita na
lisura dos ministros da corte. "Foi uma decisão do departamento jurídico
da nossa coligação, o que eu respeito. Até porque é um direito de qualquer
parte envolvida no processo eleitoral", afirmou. "Nós não estamos
querendo mudar o resultado da eleição", disse ainda.
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