
O Globo - A governadora do
Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), é investigada por suspeita de receber propina
para que o governo do estado antecipasse o pagamento de um precatório de R$ 120
milhões às construtoras UTC/Constran. O acordo teria sido intermediado pelo doleiro
Alberto Youssef e foi descoberto no âmbito da Operação Lava-Jato. Pela suspeita
de envolvimento da governadora, o caso foi apartado do processo e remetido ao
Superior Tribunal de Justiça (STJ), em função de seu foro privilegiado. Na
sexta-feira, o governo do Maranhão negou que Roseane conhecesse ou tivesse
estado com Youssef.
O doleiro foi preso em março deste ano quando estava em São Luís
(MA) para pagar a propina em dinheiro, segundo suspeita da PF. No despacho que
autorizou a ação de ontem, o juiz da 13 Vara Federal do Paraná, Sérgio Moro,
escreveu ver com “estranheza que empreiteira utilize os serviços de Alberto
Youssef, especialista em lavagem de dinheiro, para negociar precatório com o
governo estadual”.
O magistrado citou como “prova robusta” do envolvimento do
doleiro mensagem eletrônica enviada em dezembro de 2013 a ele pelo
administrador da UTC, Walmir Pinheiro Santana, com cópia para Ricardo Pessoa,
presidente da UTC, congratulando-o pelo sucesso na negociação do precatório.
Também são citados depoimentos que confirmariam o pagamento e imagens de
câmeras do hotel em que Youssef se hospedou na ocasião em que foi preso. Moro
citou o caso para “ilustrar a relação próxima entre Alberto Youssef e a
UTC/Constran”.
O governo do Maranhão informou que o caso da empresa UTC estava
em primeiro lugar na lista de precatórios quando cumpriu o acordo para
pagamento de ação de indenização, proposta há 25 anos. “O acordo homologado
pela Justiça foi vantajoso para o Estado, pois trouxe economia aos cofres
públicos”, alegou, em nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário