segunda-feira, 2 de abril de 2012

Confirmado Forró Estourado dia 19 de Abril para comemorar os 179 anos de Vitória do Mearim

Atualizado 13:54 04/04/2012 Prefeitura através da Secretaria de Cultura traz Forró Estourado e presenteia a população com esse grande espetáculo para comemorar os 179 anos


A segundo a agenda do Forro Estourado  está confirmado a sua presença no dia do aniversário de Vitória do Mearim aguardamos a confirmação do local do evento ,estamos entrando em contatos com os produtores locais e Secretaria Municipal de Cultura para confirmar as informações sobre o evento

História de  Vitória do Mearim
É o município mais antigo de toda a região banhada pelo Rio Mearim e sua sede, pela altitude privilegiada, foi o local onde o colonizador português venceu-lhe as águas revoltas do baixo curso, fato que, provavelmente, deu origem ao topônimo.
As primeiras incursões pelo rio Mearim foram contemporâneas da própria colonização do Maranhão, nos séculos XVI e XVII. Daquela época, avulta, hoje, a epopeia de Manoel Beckman (final dos anos 1600), dono do Engenho Vera Cruz, vastíssima propriedade que abrangia grande parte do que depois seria o Município de Vitória do Mearim. A sede da propriedade ficava, ao que tudo indica, no lugar Santa Cruz, hoje pertencente ao Município de Conceição do Lago Açu, instalado em 1997, após desmembrar-se do de Vitória. Bequimão, como era conhecido, liderou uma revolta contra a espoliação a que o Estado fora submetido, em detrimento dos interesses dos colonos, e, por isso, foi condenado à morte na forca.
Em 1723, foi criada, por uma resolução régia de 18 de março, a Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Mearim, sediada no povoado Ribeira do Mearim, tendo como primeiro vigário o padre e fidalgo da Casa Real Portuguesa José da Cunha d’Eça, mentor da referida paróquia e instituidor de seu primeiro patrimônio. Existiam na região, também conhecida, na época, como Ribeira do Mearim ou simplesmente Mearim, alguns engenhos, com poucas dezenas de pessoas, cada um, além de uma provável residência de religiosos mercedários e outros moradores dispersos. Eram “quinhentas almas privadas de sacramentos” a justificar a criação da freguesia.
Essa iniciativa foi o verdadeiro marco inicial da história de Vitória do Mearim. Por isso, entre as atuais cidades maranhenses, Vitória é a 5ª povoação mais antiga, superada somente por São Luís, fundada em 1612; Alcântara, em 1648, Icatu, em 1688; e Rosário, em 1716.
Na segunda metade do Século XVIII, já instituído e funcionando o Julgado do Mearim, com seu juiz ordinário, escolhido anualmente, pela Câmara de São Luís, para exercer poderes administrativo e judicial, deu-se a transferência dos moradores, do povoado Ribeira do Mearim, para o sítio onde surgiu a Vitória do Mearim de hoje. A mudança foi motivada pelas inundações devastadoras do Mearim, que inviabilizaram o projeto inicial de povoamento. O antigo povoado passou a ser chamado de Sítio Velho e, depois, apenas Sítio, nome pelo qual é até hoje conhecido. Fica no Município de Arari, este criado em 1864, por desmembramento do de Vitória.
O Município (Vila do Mearim), desmembrado do território da Capital, São Luís, foi criado, juntamente com outros seis, pela resolução de 19 de abril de 1833, do Conselho Geral da Província do Maranhão, haja vista preencher os requisitos legais para isso, pois, dando 7 eleitores, tinha maior número de fogos do que os exigidos para a criação de qualquer vila, como declarado pelos moradores, ao Governo, dois anos antes. A 7 de janeiro de 1834, deu-se a instalação da nova célula político-administrativa, com a posse de sua primeira Câmara Municipal, cujo presidente e, por isso, chefe do governo local, na condição de vereador mais votado, era Bernardo José Nogueira. Abrangia, praticamente, toda a extensão das terras banhadas pelo Rio Mearim e aquelas da segunda metade do curso do Grajaú. Naquela época, existiam, na Província do Maranhão, apenas treze municípios e somente o da Capital, São Luís, tinha sede com status de cidade. Os doze restantes eram sediados em vilas: Vinhais, Paço do Lumiar, Alcântara, Viana, Guimarães, Itapecuru-Mirim, Icatu, Caxias, Brejo, Tutóia, Pastos Bons e São Bernardo.
Inicialmente, a Vila do Mearim foi termo judiciário das comarcas de Itapecuru (1833-1835) e Viana (1835-1872). O primeiro juiz municipal e o primeiro promotor público, nomeados pelo Governo Provincial, em 1834, mediante proposta da Câmara Municipal em listas tríplices, foram, respectivamente, os cidadãos João Duarte Dornelles e João Francisco Serejo.
De algum lugar do território da Vila do Mearim partiu, num dia do final de 1838, o piauiense Raimundo Gomes Vieira Jutahy para atear o fogo que, durante três anos, incendiou o Maranhão na guerra civil que passou para a história com o nome de Balaiada. Era ele vaqueiro do Pe. Inácio Mendes de Moraes e Silva, sacerdote que vivia, sem cargo eclesiástico, cultivando fazendas às margens do Mearim, nos distritos de Vitória, Arari e Anajatuba. Também em seu território, aquela guerra teve fim, no início de 1841, com a derrota, no lugar Calabouço, e a prisão, no lugar Salamantinha, do líder rebelde remanescente, o negro quilombola Cosme Bento das Chagas.
Em 1872, foi criada a Comarca do Baixo Mearim, compreendendo os termos do Mearim, de Arari e de Anajatuba, com sede no primeiro. Instalada no início do ano seguinte, o primeiro juiz de direito foi o Dr. Joaquim Rodrigues Seixas, e o primeiro promotor público nomeado, o Dr. Pedro Jansen Ferreira, numa época de constante atuação de promotores adjuntos, sendo o primeiro deles, no termo sede, Jacintho José da Costa, que assumiu em março de 1873.
Proclamada a República, a antiga Vila do Mearim era já conhecida como Vila do Baixo Mearim e Victória do Baixo Mearim. No novo regime, o primeiro chefe da comuna (presidente do Conselho de Intendência) foi Francisco Manoel Gomes (1890). Realizadas as primeiras eleições (1892), saíram eleitos, para intendente municipal, Lupércio Antonio Bogea Sobrinho e, para subintendente, João Ignácio Fernandes, figurando Francisco Manoel Gomes como o vereador mais votado.
Com a mudança da denominação do cargo de chefe da municipalidade, em 1919, o intendente Raymundo Francisco Gomes passou à condição de prefeito municipal, mas o primeiro eleito para exercer tal cargo foi Ângelo Custódio de Mattos, em 1922.
Naquele ano, chegou à Vila, assumindo a Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, o jovem Pe. Eliud Nunes Arouche, que dedicou toda a sua vida ao povo vitoriense, servindo-o como pastor, educador e chefe político. Ao morrer, em 1969, legou à comunidade que adotara o mais importante educandário do lugar, o Instituto Nossa Senhora de Nazaré, fundado em 1923, e a aurora de uma nova era político-administrativa, já livre o Município do ranço obscurantista que o manteve preso a práticas obsoletas até o início dos anos 1960, com raríssimas exceções, como a administração de Lourenço Pereira Pinto (1951-1953), em que, além de outras iniciativas importantes, a cidade conheceu iluminação pública a energia elétrica.
O trabalho do Cônego Eliud foi continuado por seu sucessor, Pe. Sergio Ielmetti, que celebrou, em 2004, 50 anos de sacerdócio e 35 de paroquiato em Vitória do Mearim, onde suas obras, no campo religioso e social, são reconhecidas por todos.
Ao longo de sua história, o povo vitoriense foi marcado pela atuação dos sacerdotes da Igreja Católica, sob a égide da qual nasceu e vigorou. Deixaram sua marca na cidade, além dos já citados, os padres José Lourenço Bogea (vigário de 1835 a 1869), João Emiliano do Lago (de 1870 a 1885) e Arthur Macário Lopes Gonçalves (homônimo de um irmão de seu pai, citado adiante), este um filho da terra que, embora não sendo pároco, muito contribuiu para o desenvolvimento local, pois foi um benfeitor nas áreas de educação, saúde, sindicalismo e assistência social. São sacerdotes filhos da terra, entre outros, mais recentes, os padres Flávio de Sousa Barros, pároco de Araioses-MA há mais de quarenta anos, e Osvaldo Marinho Fernandes, de Santa Rita-MA, onde exerceu o cargo de prefeito municipal por dois mandatos, de 1997 a 2004.
Em 1923, a sede do Município fora elevada à condição de cidade, por lei estadual, que oficializou o nome de Vitória do Baixo Mearim. Quinze anos depois, por determinação do interventor Paulo Ramos, receberia a denominação simplória de Baixo Mearim, que muito desagradou aos seus filhos. Finalmente, em 1948, adveio o topônimo definitivo: Vitória do Mearim.
As perdas territoriais tornaram-se uma constante na história vitoriense. As primeiras aconteceram em 1854, com a cessão da maior parte do território que formou o município da Vila de Santa Maria de Anajatuba e de parte das terras que formaram os municípios da Vila de Santa Cruz da Barra do Corda e da Vila de São Luiz Gonzaga do Alto Mearim. As últimas ocorreram em 1997, quando foram instalados os municípios de Igarapé do Meio, Bela Vista do Maranhão e Conceição do Lago Açu, constituídos integralmente com áreas que pertenciam a Vitória do Mearim.
Hoje, a velha cidade ribeirinha é um entroncamento rodoferroviário, o que, concomitantemente com determinados benefícios do progresso, lhe trouxe a formação de bairros periféricos, habitados por pessoas de acentuada pobreza e com escandalosa carência de serviços públicos, já deficientes mesmo para a população mais abastada. Como resultado desse inchaço da cidade, veio a escalada da violência, que a todos tomou de surpresa, embora fenômeno comum nos centros urbanos mais adiantados, roubando a tranqüilidade de outrora. Some-se a isso o clima hostil sob o qual vive grande parte dos habitantes da zona rural, lavradores desprovidos do usufruto de serviços públicos os mais elementares e humilhados pela ganância de latifundiários, nem sempre legítimos detentores da propriedade que reclamam como sua, e tem-se pintado o quadro de graves problemas sociais que afligem a população de Vitória do Mearim. São problemas que exigem solução sem demora, a desafiar a sensibilidade, a vontade política e a competência dos gestores públicos do Século XXI.
No que tange à história local, infelizmente, muito do que se difundiu nas últimas décadas está eivado de erros e omissões. Fatos, datas, relações de causa e efeito, circunstâncias e até nomes próprios são erradamente mencionados em determinadas publicações, como a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (IBGE, 1959).
Pesquisa criteriosa vem sendo empreendida, entretanto, na tentativa de restaurar a verdade histórica, recuando aos primórdios da colonização do Rio Mearim e adentrando a história plurissecular do povo que às suas margens floresceu, onde o pranto indígena gamela e o suor negro, sob a sinistra canção do chicote branco, irrigaram o solo propício para a agricultura, que, até hoje, constitui sua atividade econômica preponderante..
Verdadeiro portal da Baixada Maranhense, onde se destacam os campos naturais inundáveis, banhado por dois grandes rios, por isso que com terras férteis e água em abundância o ano inteiro, e muito próximo dos terminais portuários da Ilha de São Luís, com os quais se comunica por vias rodoviária (BR-222 e BR-135) e ferroviária (estrada Serra de Carajás—Ponta da Madeira), o Município é vocacionado (mas ainda não foi descoberto) para sediar empreendimentos industriais, o agronegócio e o ecoturismo, sem esquecer a possibilidade de ações públicas para fomento do turismo histórico-cultural, haja vista a riqueza de suas tradições (q.v. dados gerais sobre o Município no link próprio).

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