
Apesar da receita
em elevação e da dívida sob controle, o governo Roseana Sarney (PMDB-MA) enfrenta
dificuldades para cumprir sua principal promessa de campanha: entregar 72
hospitais em pleno funcionamento.
Reeleita em 2010 em eleição apertada, Roseana
prometera os hospitais ainda para aquele ano, pois já havia iniciado as obras.
Passados três anos, inaugurou 29. A Saúde estadual diz que 14 unidades estão
atrasadas porque houve rescisões de contratos de obras. Os restantes aguardam
equipamentos.
A oposição afirma que a entrega dos hospitais
não tem garantido atendimento adequado ao público do Estado. Para equipar as
unidades e acelerar as entregas, a gestão recorreu ao BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social).
É também com recursos do banco que Roseana
aposta fichas na ampliação de projetos privados de infraestrutura –no total,
foram R$ 3,8 bilhões tomados do banco.
INFRAESTRUTURA
O secretário de Planejamento, João Bernardo
Bringel, exalta a “política agressiva” de captação de investimento privado da
gestão. Entre os maiores projetos privados estão a instalação da refinaria
Premium da Petrobras, em Bacabeira, e da fábrica da Suzano Papel e Celulose, em
Imperatriz.
A destinação crescente de verbas à Secretaria de
Infraestrutura também tem gerado críticas da oposição. Isso porque o titular da
pasta, Luis Fernando Silva (PMDB), deve ser candidato ao governo do Estado em
2014, com apoio de Roseana.
“O secretário entrega as obras e vai estar com o
caixa cheio no ano da eleição”, diz o deputado federal Domingos Dutra,
ex-petista e hoje no recém-criado Solidariedade. Além de quase triplicar as
despesas com infraestrutura, o projeto de orçamento para 2014 enviado à
Assembleia por Roseana indica cortes em educação e segurança.
E a segurança é hoje um dos principais problemas
da gestão. A taxa de homicídios no Estado avançou 17% em 2012 e houve casos
recentes de ataques de facções criminosas contra policiais.
Segundo o titular do Planejamento, áreas
dependentes de verbas da União, como educação, tiveram orçamento reduzido
devido à expectativa de repasses federais menores em 2014. “Mas estará mantido
o mínimo constitucional.” Já a Segurança, afirma ele, terá investimento de R$
100 milhões até 2015.
Os gastos com pessoal da gestão subiram 70% em
2013 ante 2011 –alta que o governo atribui à aprovação do plano de cargos dos
servidores. O plano garantiu relativa tranquilidade nas relações com o
funcionalismo: o sindicato é ligado à CUT e ao vice-governador Washington Luiz
(PT).
No cenário eleitoral, o candidato do governo
deverá enfrentar no próximo ano o atual presidente da Embratur, Flávio Dino (PC
do B). Rival histórico da família Sarney, Dino foi o segundo colocado nas
eleições de 2010. O papel do PT em 2014 é incerto. O partido tem o vice de
Roseana, mas alguns líderes defendem o apoio a Dino.
Fonte:http://www.marrapa.com/
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