segunda-feira, 31 de março de 2014

Com 3 assassinatos por dia, São Luís já soma 178 casos no ano




CIDADE VIOLENTA
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Capital maranhense – 15ª mais violenta no mundo – teve crimes bárbaros neste mês, como um linchamento, uma chacina e um esquartejamento
OSWALDO VIVIANI (JP)
Eram quase 19h de sexta-feira (28) quando Alberte Galão Lima, de 19 anos, foi abordado por homens que estavam num Corsa preto, diante de um clube de reggae na Vila Isabel Cafeteira (periferia de São Luís), onde começava uma festa. Os homens não falaram nada, já chegaram atirando. Atingido por vários tiros, Alberte foi socorrido pelo dono do clube, Itamar Cantanhede Machado, de 46 anos, mas morreu antes de chegar ao hospital. Horas depois, cerca de 22h, sem clima para festas, Itamar fechava o clube quando viu ao menos seis homens se aproximarem, em duas motos e um carro. Também não houve conversa. Os criminosos crivaram Itamar de balas com pistolas ponto 40, arma exclusiva das forças de segurança, mas que tem seu uso disseminado por bandidos na capital maranhense.

Itamar Machado foi a 77ª vítima de assassinato no mês de março na Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa). Na manhã de ontem seria encontrada, numa estrada do Araçagi, a 78ª pessoa assassinada neste mês na Ilha – Wellington Silva Barros, 25 anos, vítima de tiros (ver matéria na última página).
Na capital maranhense – a 15ª cidade com mais homicídios no mundo, segundo levantamento elaborado pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal – foram mortas 59 pessoas (até a manhã de ontem) no mês de março.
No mesmo período, 13 foram assassinadas em São José de Ribamar e 6 em Paço do Lumiar. Até a manhã de ontem, o município de Raposa não havia registrado nenhum homicídio neste mês.
No ano, já ocorreram 258 crimes de morte na Ilha – 100 em janeiro; 80 em fevereiro; e 78 em março (até a manhã de ontem). A média é de 3 assassinatos por dia.
Os dados são da própria Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), que atualiza as informações de seu portal diariamente.
São Luís é, de longe, entre os quatro municípios da Ilha, o que teve mais registros de homicídios neste ano: 178 (até a manhã de ontem). Na capital, aconteceram 60 crimes de morte em janeiro; 59 em fevereiro; e 59 em março.
São José de Ribamar vem em segundo lugar, com total de 44 assassinatos no ano – 15 em janeiro; 16 em fevereiro; e 13 em março.
Paço do Lumiar, no 3º posto, teve 13 registros de homicídios no ano (4 em janeiro, 3 em fevereiro e 6 em março), enquanto Raposa – o município menos violento da Ilha – somou apenas 3 crimes de morte no ano (1 em janeiro; 2 em fevereiro; e nenhum em março).
Assassinatos bárbaros marcaram o mês de março em São Luís, como uma chacina, um linchamento – crime cada vez mais comum no Maranhão – e um esquartejamento.
Carlos Henrique Pires Moraes, 19 anos, Jamerson Araújo da Cunha, da mesma idade, e Leanderson B. Pereira, 18, foram mortos a tiros por desafetos na Lagoa da Jansen. Carlos e Jamerson morreram no local, na noite de 16 de março. Leanderson foi socorrido, mas morreu no dia 18. Quatro pessoas suspeitas de executar a chacina foram presas.
Paulo Henrique Veras Trindade, 31 anos, foi espancado até a morte por populares, na manhã do dia 22, após cometer um assalto no Cohaserma.
Mas o crime que mais repercutiu no mês foi o assassinato da estudante de jornalismo Dahlia Natália Ferreira, 22 anos, cujo corpo foi encontrado na noite de 23 de março, esquartejado, na lixeira de um condomínio na Forquilha, em São Luís. O namorado dela, Raphael Carvalho Machado, 28 – que se matou por enforcamento após a descoberta do corpo, no dia 27 – é o principal suspeito de ter cometido o homicídio.


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