Horas antes do segundo debate deste segundo turno, o candidato
do PSDB à Presidência, Aécio Neves, voltou nesta quinta-feira a criticar a
obsessão da presidente Dilma Rousseff (PT) em desqualificar sua gestão como
governador de Minas Gerais. "Até parece que ela quer disputar o governo de
Minas e não a Presidência da República", afirmou o tucano. Ele ainda
acusou ainda a petista de "distorcer" os números sobre sua
administração.
O PT tenta colar no tucano a pecha de
que os eleitores mineiros não votam mais em seu ex-governador com o bordão
"Aécio, quem conhece, não vota". “Diz-se que uma mentira repetida mil
vezes se transforma em uma verdade. Mas aqui eu não vou deixar que isso
aconteça", afirmou Aécio. O tucano disse que é preciso levar ao debate os
assuntos que interessam os brasileiros, como crescimento econômico e os
problemas de segurança.
O debate presidencial da terça-feira foi marcado pelos ataques de Dilma à
gestão de Aécio em Minas. “A informação da presidente da República, de que não
foram investidos 7 bilhões de reais na Saúde, é mentirosa. Nós cumprimos o que
definia o Tribunal de Contas do Estado de Minas”.
O candidato tucano se disse espantado
com os dados de um relatório da Unicef que, segundo ele, mostram que o Brasil
só perde para a Nigéria em número de jovens assassinados. "Eu recebi um
relatório da Unicef ontem que tem um número avassalador: o Brasil vê
morrer assassinados um adolescente por hora. São 24 adolescentes que morrem por
dia. Esse sim é um tema que nós deveríamos estar tratando nessa campanha.
Apenas a Nigéria vê morrer assassinados mais jovens que o Brasil", disse,
afirmando que o primeiro passo para resolver esse problema é garantir educação
para os jovens.
Aécio disse ainda que seu governo
pretende "mexer no código penal", sem entrar em detalhes. A redução
da maioridade penal é um dos pontos de divergência entre Aécio e Marina, que
anunciou apoio à candidatura do PSDB no último domingo. O candidato tucano
colocou em suas propostas de governo a redução da maioridade penal em casos de
crimes hediondos, um projeto de lei de seu vice, o senador Aloysio Nunes. Como
condicionante para apoiá-lo no segundo turno, Marina chegou a pedir que ele
recuasse da proposta, mas acabou declarando apoio mesmo sem qualquer
sinalização nesse ponto.
Pesquisas
- Apesar
de a pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira ter mostrado estagnação do
desempenho dos dois candidatos à Presidência da República, na qual Aécio
aparece com 51% das intenções de voto, contra 49% de Dilma, o tucano se disse
contente com o cenário. "Estou extremamente feliz com esse resultado. Quando
vieram os resultados das eleições eu tinha, acima das expectativas, 30 e poucos
por cento dos votos. Tenho 51%, isso significa um crescimento de mais de
dezessete pontos porcentuais na nossa candidatura em quinze dias."
Aécio disse ainda que Dilma deixará
aspectos ruins como marca de seu governo. "A presidente da República terá
como sua principal marca, além da falta de competência, os desvios e a falta de
capacidade de enfrentar esses desvios", comentou, citando os escândalos de
corrupção recentes envolvendo a Petrobras. "Essa é uma campanha perdedora
onde a candidata oficial já demonstra um enorme receio de perder as eleições.
Na verdade essa é a grande realidade: o PT, depois de doze anos, desta vez,
pela primeira vez, trabalha e trabalha para valer com a possibilidade de perder
as eleições. E aí é o vale tudo", disse.
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