quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Aécio: 'Parece que Dilma quer disputar governo de Minas'


 O candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), durante coletiva de imprensa em São Paulo


Horas antes do segundo debate deste segundo turno, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, voltou nesta quinta-feira a criticar a obsessão da presidente Dilma Rousseff (PT) em desqualificar sua gestão como governador de Minas Gerais. "Até parece que ela quer disputar o governo de Minas e não a Presidência da República", afirmou o tucano. Ele ainda acusou ainda a petista de "distorcer" os números sobre sua administração.


O PT tenta colar no tucano a pecha de que os eleitores mineiros não votam mais em seu ex-governador com o bordão "Aécio, quem conhece, não vota". “Diz-se que uma mentira repetida mil vezes se transforma em uma verdade. Mas aqui eu não vou deixar que isso aconteça", afirmou Aécio. O tucano disse que é preciso levar ao debate os assuntos que interessam os brasileiros, como crescimento econômico e os problemas de segurança.
O debate presidencial da terça-feira foi marcado pelos ataques de Dilma à gestão de Aécio em Minas. “A informação da presidente da República, de que não foram investidos 7 bilhões de reais na Saúde, é mentirosa. Nós cumprimos o que definia o Tribunal de Contas do Estado de Minas”.
O candidato tucano se disse espantado com os dados de um relatório da Unicef que, segundo ele, mostram que o Brasil só perde para a Nigéria em número de jovens assassinados. "Eu recebi um relatório da Unicef ontem que tem um número avassalador: o Brasil vê morrer assassinados um adolescente por hora. São 24 adolescentes que morrem por dia. Esse sim é um tema que nós deveríamos estar tratando nessa campanha. Apenas a Nigéria vê morrer assassinados mais jovens que o Brasil", disse, afirmando que o primeiro passo para resolver esse problema é garantir educação para os jovens.
Aécio disse ainda que seu governo pretende "mexer no código penal", sem entrar em detalhes. A redução da maioridade penal é um dos pontos de divergência entre Aécio e Marina, que anunciou apoio à candidatura do PSDB no último domingo. O candidato tucano colocou em suas propostas de governo a redução da maioridade penal em casos de crimes hediondos, um projeto de lei de seu vice, o senador Aloysio Nunes. Como condicionante para apoiá-lo no segundo turno, Marina chegou a pedir que ele recuasse da proposta, mas acabou declarando apoio mesmo sem qualquer sinalização nesse ponto. 
Pesquisas - Apesar de a pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira ter mostrado estagnação do desempenho dos dois candidatos à Presidência da República, na qual Aécio aparece com 51% das intenções de voto, contra 49% de Dilma, o tucano se disse contente com o cenário. "Estou extremamente feliz com esse resultado. Quando vieram os resultados das eleições eu tinha, acima das expectativas, 30 e poucos por cento dos votos.  Tenho 51%, isso significa um crescimento de mais de dezessete pontos porcentuais na nossa candidatura em quinze dias."
Aécio disse ainda que Dilma deixará aspectos ruins como marca de seu governo. "A presidente da República terá como sua principal marca, além da falta de competência, os desvios e a falta de capacidade de enfrentar esses desvios", comentou, citando os escândalos de corrupção recentes envolvendo a Petrobras. "Essa é uma campanha perdedora onde a candidata oficial já demonstra um enorme receio de perder as eleições. Na verdade essa é a grande realidade: o PT, depois de doze anos, desta vez, pela primeira vez, trabalha e trabalha para valer com a possibilidade de perder as eleições. E aí é o vale tudo", disse.


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