
Do blog de Ronaldo Rocha
O Partido dos Trabalhadores (PT)
saiu desta eleição, no Maranhão, menor do que entrou. E a culpa é da presidente
Dilma e de toda a cúpula nacional. Explico.
A legenda se
coligou ao PMDB, seguindo uma aliança nacional, para apoiar a candidatura do
senador Lobão Filho (PMDB), que comandava a coligação “Pra Frente
Maranhão”. Até aí tudo bem, uma posição coerente e tecnicamente correta
do ponto de vista político.
Teve o PT à sua
disposição, o espaço de vice-governador aberto na chapa de Lobão
Filho. Criou, no entanto, uma série de embaraços, iniciou uma crise
política no estado, e no fim de tudo, acabou optando por abrir mão da vaga de
vice, para ficar com a primeira suplência para o Senado da Republica, que tinha
como candidato o deputado federal Gastão Vieira (PMDB). O suplente escolhido –
depois de outra crise, diga-se de passagem -, foi o ex-secretário de estado do
Trabalho, José Antonio Heluy. A estratégia do PT, com a definição de um
suplente, era conseguir efetivar o mandato de senador pelo Maranhão no futuro,
com uma articulação política junto ao PMDB nacional.
O problema foi justamente o jogo
duplo da presidente Dilma Rousseff em relação à candidatura de Lobão Filho.
Tudo bem que a “prioridade” da legenda era a eleição de Gastão Vieira e de seu
suplente, mas a falta de interesse e de apoio efetivo à candidatura de Lobão
Filho, influenciou a derrota de Gastão para o Senado.
Dilma foi infiel
ao PMDB e ao projeto governista no estado.
Ela não gravou um vídeo sequer
para o programa eleitoral de Lobão Filho, permitiu que uma ala dissidente do
PT inaugurasse comitê pró-Flávio Dino (PCdoB) e levasse o eleitor a crer
que o comunista era o seu candidato no estado, além disso, não participou de
nenhum ato de campanha ao lado do peemedebista no Maranhão – estado excluído de
sua agenda no primeiro turno –, e ainda encaminhou material impresso de
campanha para a candidatura comunista, com a justificativa de que no plano
nacional, o PCdoB é aliado do PT.
O resultado de
tudo isso foi o enfraquecimento da candidatura de Lobão Filho e
consequentemente o enfraquecimento da candidatura de Gastão Vieira, atrelada em
todos os aspectos à do candidato a governador.
O PT, que tem
presidente da República, conseguiu manter uma bancada de apenas dois deputados
estaduais [menor que as do PMDB, PV, PDT e PCdoB] na Assembleia Legislativa e
elegeu somente um deputado federal. Não conseguiu ‘eleger’ Gastão Vieira e o
seu suplente, tido como “a prioridade do partido no Maranhão”, como foi
justificado no momento em que a sigla abriu mão do posto de vice-governador.
Por seus próprios
erros, por tanto, o PT saiu menor do processo eleitoral no Maranhão, do que
entrou…
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