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Em entrevista à
Rádio Mirante AM, na manhã desse domingo (22), a delegada geral da Polícia
Civil do Maranhão, Maria Cristina Resende, acabou revelando – tentando mostrar
trabalho – que a cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública foi quem
permitiu a ‘fuga’ do preso Raimundo Sales Chaves Júnior, o ‘Júnior Bolinha’,
agora transferido para o Centro de Detenção Provisória, o CDP, no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas, justamente no período de intensas rebeliões, sempre
com decapitações.
Preso na Delegacia
de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) por participação no assassinato do
jornalista e blogueiro Décio Sá, Bolinha teria ‘fugido’ da carceragem, com o
consentimento da Polícia Civil, para cobrar um empresário – a quem já havia
ameaçado antes várias vezes mesmo estando na cadeia – a importância de R$ 180
mil. Como já estava fora da cela, ele teria aproveitado ainda para, antes,
promover um churrasco num sítio na Pirâmide – o mesmo onde promovera orgias com
a participação de Jonathan de Souza Silva, pistoleiro contratado para executar
o jornalista.
A revelação de que a própria
cúpula da Segurança Pública cometeu crime de corrupção passiva e facilitação da
‘fuga’ foi dada quando a delegada geral informou que a polícia já vinha
monitorando os passos de Júnior Bolinha na prisão. Segundo Cristina Resende,
mesmo sabendo que ele ‘fugiria’ e que já estava fora da DRFV, a polícia só o
prendeu após a realização do churrasco e, pior, após ele ter sequestrado o
empresário para cobrar a dívida. Também em atraso, o policial civil José
Ribamar da Conceição Martins e o vigilante Reginaldo Nunes da Silva, envolvidos
da ‘fuga’, só foram autuados após a prisão de Bolinha.
‘Estávamos
monitorando as condutas dele e das pessoas que o rodeiam. Estava havendo uma
ameaça a um empresário que devia uma quantia em dinheiro a ele por parte do
próprio Bolinha, por parte do advogado e de parentes dele’, revelou a delegada,
confessando – registra-se, sem perceber – o crime cometido por toda a cúpula da
polícia.
Ela ainda acusou
a polícia de ser co-autora do sequestro e cárcere privado praticado pelo preso
‘fugitivo’, ao confessar que a polícia, na estratégia atrapalhada de
monitoramento, colocou a vida do empresário em risco, ao permitir que Bolinha o
colocasse dentro de um veículo, apesar das ameaças.
- Monitoramos a
saída do presídio, ele fazendo festa em sua casa. Depois, ele saiu de carro.
Nós o seguimos. O empresário foi colocado dentro do veículo. Em um momento em
que Bolinha parou o carro, os policiais aproveitaram para fazer a abordagem,
mas ele arrancou – disse a delegada geral da Polícia Civil, informando ainda
que o empresário [que também deveria ter sido preso pelo contato que manteve
com o indiciado por meio ilegais] se jogou do carro em movimento, assim que a
polícia [finalmente] iniciou a perseguição.
Apesar de acabar
apontando que a facilitação da saída de Bolinha da cadeia contou com a sua
própria ajuda, posto que sabia de toda a trama antes do acontecimento, Cristina
Rezende disse ainda que a Polícia Civil do Maranhão não compactua com qualquer
tipo de corrupção ou falta disciplinar ou crime que possa ser praticado dentro
da corporação.
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